terça-feira, 30 de setembro de 2008

Governo sanciona nova lei do estágio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na última sexta-feira, 26, a nova Lei do Estágio (nº 993). A jornada do estágio, que podia ser de até oito horas diárias, foi reduzida para seis horas para o ensino superior, médio regular e técnico. Alunos de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional da educação de jovens e adultos também poderão fazer estágio de quatro horas. Durante o período de provas finais, a jornada precisará ser reduzida pela metade. Os estagiários também terão direito a vale-transporte, seguro contra acidentes e, para os contratos de um ano ou mais, a férias remuneradas. O objetivo do Ministério da Educação (MEC) é garantir mais tempo para os estudos. As mudanças na lei do estágio só valem para os contratos assinados após a publicação no Diário Oficial da União e para os casos de renovação. Vale destacar que o estágio em uma mesma empresa não poderá durar mais de dois anos. (Estado de Minas, p. 25 - Glória Tupinambás; Hoje em Dia, p. 9 - Ana Paula Lima; O Tempo, p. 10 - Queila Ariadne, 27/09/08)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Sugestão de carta para entregarmos ao prefeito

Belo Horizonte, 01 de outubro de 2008.

Excelentíssimo Senhor Prefeito,

O processo eleitoral é um momento importante para a cidade de Belo Horizonte, quando podemos refletir qual gestão desejamos e eleger o projeto político-partidário que se encaixa neste ideal. Acreditamos na gestão democrática por compreender que a participação popular é imprescindível para construir uma cidade melhor, sendo a escola um lugar privilegiado para este aprendizado.

Lutamos e conquistamos a gestão democrática de nossas escolas. Pais, mães e estudantes participam das instâncias de decisão através da atuação nos Colegiados Escolares e Caixa Escolar. As Assembléias Escolares, por lei, são soberanas, e também são conquistas da comunidade. A eleição da direção das escolas é um momento riquíssimo para a comunidade escolar. No entanto, temos vivenciado a perda do poder deliberativo destes espaços e suas decisões sendo submetidas à aprovação do Poder Executivo Municipal. Esta é uma situação embaraçosa e constrangedora, que desestimula a participação popular e interfere negativamente na formação de nossos estudantes.

No ano de 2006, como é de conhecimento de V. Exa, as comunidades escolares elegeram legitimamente duas vice-diretoras de UMEIS que até hoje não foram empossadas. O argumento utilizado para a negativa da posse não é democrático, não é justo e não reflete a realidade vivenciada pela Rede Municipal de Educação que, desde 1989, assiste à posse de Diretores e Vice-diretores eleitos sem intervenção do Poder Executivo.

Aproximando-se as eleições escolares de 2008 e desejando resolver o impasse criado para a eleição e posse das/os educadoras/es infantis legitimamente eleitas/os, solicitamos o agendamento de uma reunião com V.Exa. para esclarecermos a questão e, assim, assegurarmos o direito de posse de todas/os as/os educadoras/es infantis que forem eleitas/os em suas comunidades escolares para a próxima gestão. Desta forma estaremos garantindo que não se repita o desrespeito ao desejo da população belorizontina.

Certos do pronto atendimento aguardamos.



Atenciosamente,

ASSINATURAS DAS EDUCADORAS/ES, PROFESSORAS/ES DE CADA UNIDADE E COMUNIDADE ESCOLAR.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

MANIFESTAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Desde o início do ano temos trabalhado muito para conquistar a possibilidade de candidatar e tomar posse nas eleições escolares de 2008. Foram muitas ações, muitos progressos, mas ainda poucas garantias de vitória. A PBH precisa tomar uma decisão com relação à eleição escolar, e temos que garantir que esta decisão seja favorável a nós.

Conosco, em todos os momentos que encontramos o Secretário Municipal de Educação, ele afirma que vai cumprir a decisão judicial permitindo que as educadoras concorram. Disse na última "reunião de corredor" que a portaria vai incluir as educadoras na possibilidade de concorrer. Mas não é isto que eles dizem para as diretoras de escola e coordenadoras: para elas a Secretaria afirma que não poderemos concorrer, com a intenção clara que elas transmitam tal recado, e nós desistamos de brigar por isto.

Bem... não está funcionando! Muitas escolas já demonstraram uma articulação inicial para a montagem de chapas. Não vão ser apenas duas educadoras a ganhar a próxima eleição, mas quem sabe 20! Aí sim será difícil negar a posse.

Mas antes disso precisamos garantir que a portaria espere o tempo necessário para que o projeto de lei seja aprovado, afinal as educadoras não estão apenas nas UMEIS. Por este motivo iremos dia 01/10 entregar um ofício por escola solicitando o agendamento de uma reunião com o prefeito.

Se 13 pessoas na SMED fizeram que a Secretaria marcasse uma reunião para o dia 07 com a finalidade de discutir o assunto, 40 pessoas na porta da prefeitura protocolando ofícios na mesma hora farão com que eles percebam que não aceitaremos uma negativa nesta questão. Agora queremos respostas favoráveis, pela garantia deste direito!

Enviaremos semana que vem um cartaz e o ofício a ser reproduzido e assinado por todas as professoras. A manifestação precisa de pelo menos uma pessoa por escola, mas quem conseguir enviar mais é importante!

Aguardo vocês lá!!!
Abraços,
Thaís

TRE AUTORIZA PREFEITURA A RENOVAR CONTRATOS E SUBSTITUIR ESTAGIÁRIOS

DOM - 23/09/08

O pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decidiu nesta segunda-feira, dia 22, que não há vedação na Legislação Eleitoral quanto à substituição e renovação dos contratos dos estagiários da Prefeitura. Conforme o TRE, neste caso não se aplicam aos esta­giá­rios as mesmas regras válidas para o servidor público. Diante da decisão, serão reconduzidos os estagiários cujos contratos venceram e substituídos aqueles para os quais não havia possibilidade de renovação (por decisão do estagiário, vencimento do prazo ou conclusão do curso).

As substituições serão feitas com base nas inscrições feitas antes do dia 4 de julho (início do período eleitoral) no Programa de Estágios da Prefeitura. Os cadastrados integram o banco de dados do programa, que recebe as inscrições pela internet, e são chamados de acordo com a demanda dos órgãos da administração, respeitando-se a especialidade solicitada, a ordem de inscrição e os pré-requisitos necessários para a vaga.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Reunião marcada

Oi, gente!

Nossa mobilização garantiu uma reunião com o Secretário para conversarmos sobre as eleições escolares.

Será dia 07/10 na SMED. Não sei ainda se chamamos uma comissão ou só a diretoria. Depois aviso para vcs!

Conversamos também no gabinete do Carlão, que vai sondar quando a portaria das eleições irá sair. Pedimos para ele intervir para a portaria não sair antes da aprovação do projeto.

Agora é marcar uma data para conversarmos e garantir em todas as chapas uma educadora infantil!

Abraços,
Thaís.

Reunião SMED

Oi, gente!

Antes de tudo, quero parabenizar nossas colegas que atenderam ao chamado de última hora e o empenho de algumas escolas para mandar representantes. Conseguimos um número bom de pessoas, principalmente se considerarmos que a convocação foi completamente inadequada.

Durante as férias de julho, um grupo de professoras da ed infantil procurou o vice-líder do governo na câmara, Paulo Lamac, para discutir a questão das eleições escolares 2008. Ele disse, nesta reunião, que marcaria uma agenda na SMED para este assunto e até semana passada não conseguimos retorno. A reunião foi marcada para hj, 14h30, e fomos à SMED com 13 professoras para acompanhar a reunião, ou ao menos ter um posicionamento do vereador na saída.

Quando o gabinete da SMED descobriu que estávamos lá embaixo aguardando algumas pessoas, a reunião foi desmarcada. Recebemos um telefonema da assessora do vereador Paulo Lamac (ela ligou para a recepção do prédio) avisando que nós não seríamos recebidas/os, mas confirmando a presença do vereador. Dissemos que estávamos aguardando o Paulo Lamac para conversar com ele, e que a intenção não era conversar com o Hugo (inicialmente). Resumindo: Paulo Lamac não foi à SMED e não conseguimos falar com ele nem no celular. O Secretário não estava, nem a Secretária Adjunta Macaé e nem o Afonso (chefe de gabinete).

Enquanto decidíamos o que fazer, o Hugo Vocurca (Secretário Municipal de Educação) chegou de carro e conversamos com ele no estacionamento do prédio (ele não conseguiu escapar). Perguntamos sobre a portaria, e foi respondido que eles vão cumprir a decisão judicial (permitindo as educadoras concorrerem a vice-direção de UMEI), mas não se pronunciou sobre a possibilidade de posse. Sempre que perguntado, afirmava que eles vão cumprir a decisão judicial. Falamos do projeto de lei e ele disse que tem problemas, mas é uma discussão para a câmara. Ficou combinado que marcaremos uma reunião para conversar sobre isto (será agendada amanhã).

O projeto na câmara continua tramitando e no primeiro dia de plenária de outubro será lido o requerimento colocando-o em pauta. Teremos que ficar atentas para que o projeto seja aprovado o quanto antes, e para isto precisamos da mobilização rápida da categoria!

Marcaremos uma reunião de representantes da ed infantil para discutirmos os próximos passos, pois precisaremos pressionar o governo para que a portaria não saia antes da aprovação do projeto de lei. Percebemos também que a posse está condicionada ao número de candidatas eleitas pela comunidade. Por isto precisamos que todas as escolas tenham educadoras nas chapas, para que muitas vençam as eleições.

Assim que marcarmos a data da reunião divulgamos para as escolas, desta vez com antecedência!

Abraços,
Thaís.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

convocação!

Quem puder, favor comparecer amanhã, 18 de setembro, às 14 horas na SMED. Haverá uma reunião para discutirmos as eleições escolares. Essa reunião é importante para sabermos o posicionamento da PBH em relação à candidatura de Professoras da Educação Infantil (educadoras). A secretaria de Recursos Humanos por enquanto não é favorável, por isso precisamos garantir que amanhã tenha um número bom de professoras (educadoras) para esta conversa com a SMED.

Atenciosamente,
Cristiane

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Respondendo à dúvida sobre os horários de planejamento

Colega,

Qual é o município? Em BH (rede municipal) a jornada ém um pouco diferente, são cerca de 16 horas aula, 4 horas de atividades de planejamento 20 minutos diários de café/recreio e 10 minutos diários que podem ser usados para reunião (o que de fato não acontece). Em nossa rede o tempo de planejamento e os 10 minutos são e devem ser cumpridos na escola. Algumas escolas fazem arranjos como a sua, que o professor cumpre em casa, mas esse é um acordo interno de cada escola e que pode mudar de acordo com o coletivo da escola e/ou as novas direções. Se você estiver na rede municipal de BH, o que você deve fazer é pedir uma reunião do coletivo da escola para definir estas questões, mas cuidado com esses acordos internos, eles podem virar motivo de brigas no grupo e até caso de corregedoria, para que o acordo seja respeitado é preciso que o grupo seja consciente dos seus deveres e direitos e que haja um consenso.

Para responder a sua pergunta é necessário conhecer a lei que define a jornada de trabalho da sua rede.

Mais informações escreva para educacaoinfantilpbh@gmail.com ou para crissindicato@yahoo.com.br

Espero ter ajudado,
Cristiane

Projeto Eleição Escolar: como está?

Oi, gente!

Ontem e hj fomos à câmara municipal verificar o andamento e a adesão dos vereadores ao projeto 1699/08 . A comissão de educação e a de administração pública perderam o prazo para dar parecer ao projeto inicial. Na quarta-feira, dia 10, o Carlão, o Fred Costa e o Silvinho Rezende entraram com a emenda substitutiva (emenda nº1) como combinado com a categoria. Segunda-feira, o Fred Costa entrará com um requerimento pedindo para incluir o projeto na pauta e outro pedindo prioridade na votação. Como as plenárias deste mês acabaram, provavelmente nosso projeto entra em votação em 1º turno no início de outubro, ainda não sabemos se antes ou depois das eleições municipais. Se não houver outra emenda, provavelmente ele irá para segundo turno em sequência.

Conversamos em poucos gabinetes, pois está difícil encontrar os vereadores na câmara por causa do período eleitoral. Em todos que conversamos houve uma receptividade grande à proposta, pois não tem muita polêmica entre os vereadores sobre o assunto.

É importante que comecemos agora a mandar e-mails para os vereadores, conversar com alguns que a gente conhece e garantir que o projeto passe rápido pelos dois turnos.

Hj também passamos na Secretaria Municipal de Recursos Humanos e novamente o Secretário informou que ainda não foi feito nenhum acordo com o governo com relação às eleições escolares. Dia 18 de setembro o vereador Paulo Lamac marcou uma reunião com o Hugo Vocurca para discutir o assunto. Perguntamos se podemos participar, mas ele ainda não deu retorno.

É bom lembrar que esta semana foram derrubados na câmara 4 vetos do prefeito. Se este cenário se mantiver, mesmo que o prefeito vete nossa proposta, os vereadores podem derrubar o veto. Mas isto depende da nossa mobilização!

Para terminar, reforçamos o chamado para que estejamos na composição das chapas da eleição escolar 2008, pois nós queremos o direito de participar não apenas como votante, mas também como candidatas.

Thaís

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

ATENÇÃO!!!!

AMANHÃ, DIA 11 DE SETEMBRO, REUNIÃO NA CÂMARA MUNICIPAL.
CONCENTRAÇÃO NA PORTA PRINCIPAL: AVENIDA DOS ANDRADAS, 3100, ÀS 9:30H.

ASSUNTO PROJETO DE LEI SOBRE A PARTICIPAÇÃO DAS EDUCADORAS NAS ELEIÇÕES PARA DIREÇÃO DE ESCOLS/UMEI

É MUITO IMPORTANTE A PARTICIPAÇÃO DE TODOS (não é paralisação).

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Na escola onde trabalho, sou a única a cumprir 20 horas semanais e ter os 20% de horário de planejamento semanal. Porém, no municipio todo existem muitas professoras fazendo o mesmo horário. Sei que o planejamento pode ser feito na escola ou em casa, mas de quem é esta decisão? Até hoje fiz em casa, mas agora querem me tirar este direito, porém as demais professoras do municipio permanecem da mesma forma.
Eu poderia requerer um direito único a todas, ou esta é uma decisão específica da escola?

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

9) Por que não temos direito a dobra, e sim jornada complementar?

Respondido pelo Coletivo Travessia

A PBH procura de todas as maneiras possíveis distanciar o nosso cargo de educador infantil do de professor municipal. Para isto, ela retirou vários direitos (alguns já discutimos aqui), baseada em leis antigas que não mencionam o nosso cargo (porque não existíamos na época de algumas das leis, e não houve interesse do governo Pimentel de regularizar nossa situação).

Isto aconteceu no caso da extensão de jornada/ jornada complementar. A Lei 7577/98 prevê em seu artigo 4º a extensão de jornada para os/as ocupantes do cargo de Professor Municipal. Posteriormente, a Lei 8635/03 permite também a extensão de jornada aos ocupantes do cargo de Pedagogo com o mesmo valor-hora previsto para a jornada normal. Esta extensão permite que o professor exerça jornadas de até 45 horas semanais.

Inicialmente os/as professores/as municipais também tinham a “dobra” paga na forma da jornada complementar, com valor menor do que o recebido na jornada normal de trabalho. Depois de algumas greves, os/as professores/as conseguiram que fosse pago o mesmo valor-hora na extensão de jornada, mesmo não estando na época previsto em lei. Alguns anos depois o executivo regularizou a situação através da Lei 7577/98.

No nosso caso, a Administração Municipal fez a opção política de não nos enquadrar nesta lei, e preferiu nos incluir na Lei 6560/94, que estabelece a jornada complementar de todos os servidores da Administração Direta. Esta lei, no artigo 5º estabelece que:

“O servidor ou empregado da Administração Direta, da Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte e da Beneficiência da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte – BEPREM – cuja jornada originalmente prevista em lei para o cargo que ocupe for inferior a 44 (quarenta e quatro) horas semanais, poderá complementá-la até esse limite, mediante termo de anuência a ser por ele firmado anualmente, devendo ser estabelecida em decreto as condições da prestação dessa jornada complementar.”

Por causa deste enquadramento, e não na dos/as professores/as, além de não recebermos o mesmo valor-hora previsto para a jornada normal, também fazemos 1 hora a menos na jornada complementar. A Prefeitura, no entanto, terá que rever esta situação, pois está cada vez mais difícil conseguir educadoras/es para cumprir a jornada complementar e esta 1h por semana prejudica muito o funcionamento das escolas.

Com relação a este assunto já fizemos algumas ações, e precisamos acumular forças para realizar outras. Conversamos com o vereador Fred Costa sobre a possibilidade dele apresentar um projeto modificando a Lei 7577/98, incluindo-nos nela (o projeto ainda não está tramitando por causa do período eleitoral); fizemos uma denúncia sobre isto no Ministério Público do Trabalho (nº 223 – 2008) e no Ministério Público do Estado de Minas Gerais e esta questão está pautada em mesa de negociação com o Recursos Humanos e com a SMED.

Precisamos acompanhar os próximos passos sobre este assunto, participar das manifestações que dêem visibilidade a esta questão e procurar garantir a modificação da Lei 7577/98 na Câmara de Vereadores. Conversar com as famílias das crianças também é importante, para que todos/as entendam e apóiem as nossas reivindicações por melhores condições de trabalhos.

8) Somos do plano de carreira da educação dentro do quadro técnico/ administrativo ou do magistério?

Respondido pelo Coletivo Travessia

A definição de cargo técnico ou científico é utilizada em duas situações distintas: para definir setores de cargos e funções; e para definir cargos que podem ser acumulados com o de professor. Para explicar estas duas situações teremos que remexer a legislação e organização da prefeitura a partir da década de 50, o que nos mostra o tanto que alguns gerentes estão atrasados nas suas informações (se não estivermos falando de acúmulo de cargos públicos). Bem, vamos lá que a conversa é longa...

A Lei Municipal 304 de 11 de outubro de 1952 classificou os cargos e funções da Administração Municipal nos seguintes setores (art. 5º):

I. Administração
II. Artífice
III. Educação
IV. Fiscal
V. Técnico Profissional
VI. Técnico Científico
VII. Vigilância, Conservação, Transportes e Transmissão

Se esta lei não tivesse sido revogada em 1993 pela Lei 6370, não seríamos do setor técnico e nem do científico, já que nos enquadramos melhor no setor da educação[1]. Mas esta lei foi revogada! Não existe mais o setor técnico e nem o setor científico!

O Estatuto do Servidor (Lei 7169/96) organiza os cargos em planos de carreiras, sendo eles (art. 81):

I. Atividades de Administração Geral;
II. Serviço Público;
III. Atividades Jurídicas;
IV. Atividades de Tributação
V. Atividades de Fiscalização
VI. Atividades de Educação
VII. Atividades de Saúde

A Lei 8679/03 (que cria o nosso cargo) nos enquadrou no Plano de Carreira da Educação, portanto também não estamos no quadro da Administração Geral. Nesta situação, portanto, somos do quadro da educação e não de cargos técnicos e nem administrativos.

Mas a conversa não termina por aqui, pois há na legislação outra forma de agrupar os cargos em uma situação específica: a de acumulação de cargos públicos. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, inciso XVI afirma que é possível acumular:

a) dois cargos de professor;
b) um cargo de professor com outro, técnico ou científico;
c) dois cargos ou empregos privativos de profissional de saúde, com profissões regulamentadas.

Na situação de acumulação de cargos existe o professor, o profissional da saúde e o cargo técnico ou científico. Portanto a pergunta que deveríamos fazer é se somos considerados/as professores/as ou não, pois se formos, poderemos acumular dois cargos de educador infantil ou um cargo de educador infantil e um outro técnico.

No nosso entendimento somos professoras sim e temos indícios a nosso favor: muitas educadoras tomaram posse tendo um cargo técnico de auxiliar de secretaria no estado, por exemplo.

Mas qual a definição de cargo técnico no caso de acúmulo de cargo?

A Constituição Federal não define cargos técnicos e nem científico. Em Belo Horizonte esta distinção é feita no Estatuto dos Servidores Municipais (artigo 193, inciso I). O cargo técnico é aquele “para cujo desempenho exige-se especialidade técnica definida, dispensando o diploma de nível superior”. O mesmo artigo dispõe sobre o cargo científico definindo-o como “aquele cujo desempenho requeira conhecimento científico correspondente, exigido o diploma de nível superior” e técnico-científico “aquele cujo o desempenho requeira a aplicação de métodos técnicos organizados, que se fundem em conhecimento científico correspondente, exigindo o diploma de nível superior”.

O Decreto Estadual 44031 de 2005 deixa um pouco mais claro esta diferenciação para os servidores públicos estaduais. Em seu artigo 3º ele estabelece que:
Art. 3º Será considerado cargo científico aquele para cujo exercício é exigida de seu titular formação em nível superior de ensino e cargo técnico aquele para cujo exercício é exigida de seu titular formação em nível de ensino médio, com habilitação para o exercício de profissão técnica.§1º Equivale à habilitação profissional em nível de ensino médio, a obtida em curso oficialmente reconhecido como técnico deste mesmo nível de ensino.§ 2º Considera-se cargo de professor aquele cuja atribuição principal é a regência de turmas ou de aulas.

Resumindo, não somos do quadro técnico e nem administrativo da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, e no caso de acúmulo de cargos, no nosso entendimento, deveremos seguir as mesmas regras que os professores/as municipais, respaldados/as pela Constituição Federal.

[1] A Lei 304/52 apresenta como anexo um quadro com os cargos de todos os setores. Esta lei está disponível para consulta no site da PBH na parte de legislações.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

FILHO DA DITADURA, DITADOR ......?!

* Eden Arcanjo

Nos dias atuais, de uso quase bucólico de nossa égide democrática num período eleitoral, vemos inúmeros políticos se vangloriarem da posição de preso político, assim tal, valorizam-se ao máximo como sofredores de agruras tais como: o silênciamento, a tortura e em alguns casos até deportação de nosso país. Exaltam-se em exibi-las e vangloriam de suas cicatrizes como troféus e assim vez ou outra, nunca se esquecem de seus martírios. O paralelo que ouso fazer com os tais é pleurítico ao nosso cotidiano em sala de aula.

Vejamos! Como todo bom preso por causas políticas, que sofrera restrição do seu espaço de convivência, sendo retirado a força do viés de discussão política para ser colocado num espaço onde as paredes refletem os quatros pontos cardeais, vazada por uma janela, onde a luz e o ar são regrados, decorada por grades e silêncio. Nos coloquemos na sala de aula. Ela não é a prisão taciturna onde nossos governantes pensam educação hoje? Seu funesto hóspede, o professor, trabalha acuado sem poder com os seus pares fazer nenhuma espécie de troca, nem mesmo pela janelinha, nem de idéias, de fala, ouvir e muito menos expressar com seus colegas os problemas de seu cotidiano. Apesar de cheia de alunos a sala de aula é uma instancia pueril e cauterizada se metamorfoseando de forma fria e cruel em um espaço singular.

Bem, naquele tempo nunca se falou tanto, mesmo nas mais tempestivas manifestações campais o movimento era fortalecido pelo ouvir e falar em brados e numa única voz. Na escola, o professor se vê “acuado” entre quatro paredes, o silenciamento é tenaz e provoca um estrangulamento interno, pois fora abdicado de planejar seu trabalho coletivamente, que leva as mais diversas patologias atuais, provocam as mais diversas avarias no agente político, na maioria das vezes, quando não busca espaço para desabafar, esta predestinado a se atrofiar. Na instituição escolar atual reina o silêncio que grita por dentro e provoca o abaulamento e o eco de idéias, de forma abissal, em alguns casos, o silêncio é efêmero e tenta nos levar ao óbito, em outros casos nos torna um vulcão prestes a entrar em erupção.

Naquele período da ditadura, pensar adiante do governo era crime, muitas das vezes era melhor fazer com que tais idéias ficassem enjauladas ou longe, muito longe. Algumas vezes no sistema municipal de educação, percebemos claramente que quando as idéias não estão de acordo com o poder vigente, o mesmo através de seus agentes, nem sempre secretos, procuram de forma infame nos deportar, e nos vêem como bastardos da pátria, os insurgentes. Em algumas regionais educacionais, não é diferente, em nome de um poder infamante, persegui-se, puni-se e sem nenhum pudor encaminha-se ao corregedor todos que se levantam com um grito pênvigo. Pela primeira vez na história desse nosso país é proibido ser diferente e mais eficaz do que um coletivo burocrático cansado e homicida de qualquer ponto insurgente de mudança. Diante do corregedor, figura abotoada junto a um inferno austral, só nos resta a culpa e o purgatório.

Na década do medo, muitos colocaram seus corpos em contado direto com o poder e ganharam marcas imoladas. Nos dias políticos de hoje nada faz mais sucesso do que uma boa cicatriz, todas é claro, seja conseguida na infância e ou na mais tenra idade, carregam consigo valor adunco que arrasta e machuca a nos simples mortais que como professores e/ou educadores que de forma adversa carregamos em nosso interior as mais profundas feridas ainda latentes e pungentes as quais são tocadas pelos nossos atuais governantes com a extrema delicadeza de uma Mó.

O que nosso silenciosos e não muito insociáveis governantes virtuais almejam? Ao que tudo indica é colocar a classe docente em estado de misantropia. Não sei se já conseguiram, muito menos se os que foram contaminados já sofreram algum tipo de tratamento. O que sei é que não haverá corregedoria que nos proíba de sonhar. O que parece obvio depois desse longo período de “Ditadura”, é que nossos representantes vivem uma realidade adversa no dias atuais, pois o sonho de nossos atuais governantes no passado que era contra quem dita, ao que tudo nos indica, quem sabe, era uma realidade cotidiana de, de vera ditar.
“Por ódio, cobiça, inveja,
vai sendo o inferno traçado.
Os reis querem seus tributos
__ Mas não se encontram vassalos.
Mil bateias vão rodando,
mil bateias sem cansaço.”
(Cecília Meireles, Romanceiro da Incofidência, pg.24, 1989)

* Conselheiro Municipal de Educação, Professor/Educador, Especialista em Educação Básica e Educacionista.