segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Avaliação da Mônica Correia Baptista sobre o PL que muda a nomenclatura do nosso cargo

Com o objetivo de conversar com os vários setores da comunidade, algumas professoras / educadoras tem repassado o projeto a professores das Universidades. Nossa colega Maura procurou a
Profa. Isabel de Oliveira e Silva da Faculdade de Educação da UFMG. A colega Antonieta já conversou com a Professora Dinéia da PUC/MG. A professora Mônica Correia Baptista, também da UFMG, fez uma avaliação do PL e autorizou sua publicação aqui no blog.
Estamos marcando um encontro para discutir com as universidades este projeto e conseguindo outros interlocutores para conversarmos na Câmara. Mas é importante definirmos o que queremos deste projeto, por isso a participação de todas/os é essencial dia 31. As portas estão sendo abertas, mas o caminho escolhido será de responsabilidade de todas/os nós.
"Ei Thaís,
Como vai nosso bebê? Estamos sentindo sua falta no Fórum. Assim que puder, apareça.
Quanto ao PL, achei ótimo o que está no blog. Você pergunta minha opiniãoe eu resumiria assim: a luta continua. Acho que o fato de o Prefeito ter encaminhado o Projeto para a Câmara coloca a discussão em outro patamar. Agora, a "briga" é no legislativo. Não sei se é melhor ou pior, mas é diferente. Claro que temos que procurar advogados, Ministério Público etc como vocês estão fazendo, mas não podemos nos esquecer que temos que ganhar os vereadores para as melhorias que precisamos fazer no PL. E ganhar vereador é ganhar a população (imprensa, universidades, sindicatos) para conseguirmos ter aprovação na Câmara.
Em síntese, eu realmente acho que é uma vitória. Não a definitiva, mas uma importante vitória da categoria. Não é uma "simples" mudança de nome. É um reconhecimento do Executivo de que quem se ocupa da educação da criança pequena em instituições coletivas formais é o professor e não pode ter outro nome. Esse profissional denominado professor tem atribuições muito importantes e próprias desta carreira: preparar a intervenção pedagógica (para isso precisa estar bem preparado teoricamente), diagnosticar a situação cognitiva, emocional, social de cada criança (para isso precisa elaborar instrumentos de observação e registro o que, por sua vez, exige um grande conhecimento científico), elaborar situações pedagógicas a partir do diagnóstico realizado e à luz dos objetivos traçados empregar novas estratégias metodológicas. Essas ações do professor não podem ser consideradas como "tarefas a mais" ou como “mais exigências” para quem atua na educação infantil. Todas essas tarefas e muitas outras que poderíamos listar (ficou de fora, por exemplo, o contato com a família, com outros profissionais, etc) são condições para o exercício profissional.
Fazendo uma comparação com a medicina, seria o mesmo que a prefeitura contratar profissionais para atenderem nos postos de saúde e exigir deles o curso de medicina, mas vamos supor que ela criasse uma carreira e desse um outro nome, por exemplo, “técnico da área da saúde”. No posto médico, esses tais “técnicos da área da saúde” nada mais seriam do que médicos exercendo a medicina, ou seja, pessoas fazendo o atendimento clínico aos pacientes, realizando diagnósticos, pedindo exames específicos, analisando os exames e fazendo prognósticos etc. Vamos supor que esses médicos entrassem na justiça, procurassem o Ministério Público, etc e tal e, o Prefeito, pressionado, mandasse para a Câmara um PL reconhecendo que eram médicos, estabelecendo que deveriam fazer aquilo que eles já estavam fazendo antes, ou seja, as atividades próprias do exercício da medicina (clinicar, diagnosticar, prognosticar, etc), mas criando uma outra carreira denominada “médicos de postos de saúde” com um salário menor, com uma carreira distinta dos médicos que atuassem nos hospitais, etc. Eu diria: houve uma conquista que, apesar de relativa, é importante e dá força para que a luta continue não no sentido de equiparar os salários apenas, mas, sobretudo, de estabelecer uma única carreira para todos os médicos de BH com os mesmos direitos para todos.
O que quero dizer é que não podemos jogar fora a água do banho e o bebê junto. Não podemos achar ruim que o PL “obriga” os professores a planejarem, estudarem, avaliarem, etc. Isso é o que nos fortalece como categoria profissional. O que precisamos é que seja reconhecido que para o exercício dessa profissão que exige essas e outras tantas atividades intelectuais uma remuneração adequada, que sejam asseguradas as condições para realizá-la da melhor forma possível.
Finalmente, já me coloquei à disposição para fazer contato com o Arnaldo Godoy e com a Neuzinha Santos para começarmos nossa atuação junto aos parlamentares. Se vocês quiserem, é só falar.
Um beijo grande a todas as professoras e um 2012 com muitas vitórias.

Mônica Correia Baptista
Profª Departamento de Administração Escolar
Faculdade de Educação da UFMG"

10 comentários:

jace disse...

É isso aí. O fato de exigir apenas o nível médio para o cargo, é tb uma desculpa para a diferenciação do cargo. No entanto, temos que considerar que, se todas as educadoras tivessem apenas o nível médio, a qualidade do trabalho não seria a mesma. Portanto, é uma questão de estratégia da PBH usar desses artifícios. A luta continua.

Anônimo disse...

Sábias palavras...disse tudo o que nossos governantes precisam ouvir (ler). Como já comentei com a Thais, achei ótimo ter mudado a nomenclatura do cargo, mas acho que a PBH usou de artimanhas para nos enrolar por um tempo. Sabemos da importância do ocorrido, entretanto temos muita luta pela frente.
Bel Umei Gameleira

Anônimo disse...

A professora Mônica é SHOW, concordo e acreditocom tudo que ela escreveu. Precisamos nos organizar como bem disse a Thaís, vamos divulgar bem a reunião do dia 31, para planejarmos os próximos passos. Conte comigo Beatriz E.M.Pedro Nava (Barreiro)

Eden disse...

Queridas e Queridos da EI, concordo com a Professora Mônica, gostaria de saber o que a Prof.Isabel acha sobre o projeto. No entanto é interessante que entendamos que existem lacunas que não se explicam apenas no projeto. Legalmente a palavra professor dentro da LDB nos remete a a direitos e a claro a deveres. O Sr.prefeito estará utilizando desta "beneze" para a campanha só teremos que estar onde ele estiver fazendo campanha e mostrar a qualidade do peixe que ele nos deu e o tamanho do que queremos.
De qualquer jeito, ponto para nós, não vamos nós menosprezar por algo historicamente tão importante. Abraços!!!

Anônimo disse...

Concordo plenamente!É um ganho sim!Vamos a luta com mais positivismo e sem radicalismo!
Parabéns Mônica, você tem visão da situação. Fala coerente!

Anônimo disse...

Na minha opinião ganhamos mas não levamos. Não importa o nome e sima a nossa valorização, a começar pelo salário,

Anônimo disse...

falou e disse!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

mto bom!!!
Cristina Borges

Anônimo disse...

É bom que vcs concordem mesmo com tudo que ela disse, porque vcs naum estavam na Prefeitura quando ela era cargo comissionado e só concordava com tudo que a smed falava.Mas eu estava lá. Eta gente burra. Depois naum reclama.
St.

Anônimo disse...

Vocês, não!!!!! Eu concordei com o comentário acima do meu. Eu disse "falou e disse !!!!!!!!!!!" para o comentário do Anônimo do dia 13 de janeiro às 22:08!!!!!!!!
Estou acompanhando de camarote mais um embate... Até agora não vi um centavo da mudança de nomenclatura... e nem vamos ver... Eh povinho que gosta de fazer acordo com político, acabar com greve forte... aceitar migalhas... Não vivo no mundo da fantasia... Sou educadora infantil de 2004... já estou escolada!!!!!! Isonomia, equiparação de carreira... não me iludo com nada... muito menos me estresso... tô aqui na praia tomando minha água de coco... Mereço... Recarregando as baterias para as lutas - muitas - que ainda virão.
Abraços a todos!!!!!!!! Aos iludidos e aos realistas!!!!!!!!!