domingo, 31 de maio de 2009

A PBH oficializou a sua política. Os SERVIDORES MUNICIPAIS vão pagar pela CRISE!

Sábado, 30 de Maio de 2009
Ano XV - Edição N.: 3350
Poder Executivo
Capa


COMUNICADO AOS SERVIDORES MUNICIPAIS

A Secretaria Municipal Adjunta de Recursos Humanos (Smarh) informa que a Prefeitura está em negociação aberta e permanente, com agendas em andamento já definidas, com as representações sindicais de todas as categorias do funcionalismo municipal. Quinze reuniões já foram realizadas desde fevereiro de 2009. E a negociação terá continuidade de forma ampla e respeitosa por parte da Prefeitura.

Reajustes

Nos últimos anos - 2005 a 2008 - todos os servidores da Prefeitura de Belo Horizonte obtiveram índices de reajuste iguais ou superiores à inflação do mesmo período. A análise de possíveis reajustes para os servidores neste ano necessariamente levará em conta a queda de arrecadação do município provocada pela crise econômica. As arrecadações transferidas (ICMS, IPVA e FPM) tiveram queda nominal de 5% no 1º quadrimestre do ano.

No decorrer deste ano de 2009, grande parte dos servidores efetivos será avaliada no seu desempenho. Um resultado positivo vai representar ganhos que variam de 5% a 15% no vencimento-base.

Esclarecimento

Entre janeiro de 2005 e dezembro de 2008 os salários de prefeito, vice-prefeito e secretários municipais permaneceram congelados. Em dezembro do ano passado a Câmara Municipal aprovou reajuste de 26% para recompor a inflação do período no qual todos os demais servidores já haviam sido contemplados.

Vales-refeição

Foi adotada uma política de equidade dos valores dos vales-refeição, que na Prefeitura variam entre R$ 5 e R$ 15. Os vales de menor valor serão reajustados progressivamente de R$ 7 a R$ 10. A meta é a equiparação total com os valores mais elevados. Cumpre informar e esclarecer que nem o prefeito nem os secretários recebem vale-refeição.

Restruturação do RH

Um dos Projetos Sustentadores do Governo é a Gestão Estratégica de Pessoas, que consiste em um conjunto de ações de melhorias nas áreas de processos internos de RH, informatização das tarefas, condições de trabalho e saúde do servidor, perícia médica, relações interpessoais, código de ética do servidor, programa de educação permanente, pesquisa de clima organizacional, avaliação de desempenho, remuneração por cumprimento de metas, plano de cargos, carreira e salário, modernização da previdência municipal e descentralização das ações de RH, dentre outros.

Momento de Responsabilidade

Apesar da crise econômica, que provocou queda na arrecadação do município, a Prefeitura está mantendo em dia todos os compromissos com os programas sociais e está executando 164 obras por toda a cidade. O momento é de muita responsabilidade e prudência. A Smarh conta com a sensibilidade e o senso de responsabilidade de todos os servidores públicos municipais em manter com qualidade a prestação de todos os atendimentos para os cidadãos de Belo Horizonte. Lembramos que muitos destes serviços asseguram a receita e a manutenção de todas as obrigações da Prefeitura para com a população de Belo Horizonte.

Certos da compreensão de todos, mantemos abertos todos os canais de comunicação com a PBH.Secretaria Municipal Adjunta de Recursos Humanos

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

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sábado, 30 de maio de 2009

Ano ímpar! Precisamos parar para garantir unificação da carreira

Oi, gente!

Depois de um dia muito difícil como o de ontem (além de ser sexta-feira depois de trabalhar muito e correr muitas escolas até de noite), hoje acordei com uma boa notícia. Estava me preparando para mais um dia de reunião com uma escola de educação infantil (que até quinta-feira passada não ia parar, mas reverteu o quadro hj), qdo o Eden (Conselheiro Municipal de Educação) me ligou avisando que a Resolução 2/2009 da Câmara de Educação Básica do Conselho Municipal de Educação tinha sido homologada e publicada no DOU de ontem, 29 de maio.

Como toda a rede já sabe e está discutindo, nela o Conselho veda diferenciação salarial entre os níveis de ensino (art. 5º, inciso IV). Isso é uma excelente notícia, mas não significa q já temos garantida a isonomia e muito menos a unificação da carreira.

Precisamos parar dia 03 e 04 de junho para garantir que esta não seja mais uma resolução ignorada pela Câmara Municipal e pelo Prefeito Márcio Lacerda (como tantas leis, pareceres e resoluções que conhecemos). Precisamos ir para a rua exigir o cumprimento imediato da proposta de campanha dele (isonomia salarial) e implementação da unificação das carreiras, norma federal. Se ficarmos nas escolas, esta resolução pode ser esquecida facilmente pelo executivo.

Vamos para a Assembleia dia 03 votar pela greve! Só com a greve forte da educação infantil teremos força para conquistar esta demanda há 5 anos discutida.

A adesão da educação infantil tem sido grande. E a escola de vocês, como está?
A minha vai fechar as portas!

Abraços,
Thaís.

Greve dos dias 3 e 4

Oi Colegas Professoras,

Nossa reunião de representantes de Escola e de Umei do dia 28 mostrou que nossa categoria não suporta mais a forma desrespeitosa como temos sido tratadas pela Prefeitura de BHe que a educação infantil está preparada para uma greve forte nos dias 3 e 4 de junho. Muitas UMEIs já informaram que fecharão as suas portas nestes dois dias e estamos conquistando o apoio da comunidade em nosso movimento. Vários pais já manifestaram formalmente seu apoio à nossa luta em reuniões e cartas que enviamos.

Não podemos deixar passar esse momento para lutar com força, porque a hora é essa. O cenário nacional aponta para o nosso reconhecimento como Professores.


Sejamos fortes e não nos arrependeremos.

Um abraço

Lucilene/UMEI São Gabriel

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Grupo de estudos arte-educação na ed infantil

A Reunião de Representantes da Educação Infantil, que foi realizada no dia 14 de maio, aprovou a criação de um grupo de estudos sobre arte-educação na educação infantil. Nossa proposta é que tenha a duração de 3 meses, sendo 6 encontros (de 15 em 15 dias). Qual o melhor dia e horário para você, que é educador da rede e que deseja participar?

Durante a semana à noite
No sábado de manhã

ATENÇÃO: Este levantamento terá o prazo de dez dias para ser realizado. Após o término do prazo, definiremos os dias de realização dos encontros.O grupo de estudos sobre este assunto pretende, acima de tudo, reunir educadores para uma reflexão mais cuidadosa sobre nossas práticas, sobretudo sobre aquelas que qualificamos como atividades de "arte".

Preparamos a seguinte pauta para os encontros:

ARTE-EDUCAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

> O que é arte?

> O educador e seu contato com arte. Fazendo levantamentos (vai a museus, Palácio das Artes, como vê a arte contemporânea, gosta de desenhar, tem aversão, etc);

> Arte-educação na educação infantil: desafios e possibilidades.

> Precisamos do quê para trabalhar com arte na educação?

> Clichês e práticas que descaracterizam a arte.

> A proposta triangular de Ana Mae Barbosa: um caminho interessante.

> Os pcns de arte: visões críticas sobre.

> A formação dos professores na Universidade: preparo ou despreparo para lidar com arte na escola?

> Indústria cultural: até onde a escola endossa o sistema?

> Projetos de arte nas UMEIS: debates e avaliações sobre.

> Análise de material didático de "arte".

Nos encontros, a demanda dos participantes pode aumentar a pauta. O que postei acima é, segundo nossa avaliação, muito importante para a realização de debates.

Abaixo, deixo bibliografia sobre.

OSTROWER, Fayga. Universo da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1987.

BARBOSA, Ana Mae. Tópicos utópicos . Coleção Arte & Ensino. Editora C/Arte, 1989.

BENJAMIN, Walter. "A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica"; "Experiência e Pobreza"In: Obras Escolhidas I: magia e técnica arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1985.

BRISSAC PEIXOTO, Nelson. "Ver O Invisível: a ética das imagens". In: Ética organização Adauto Novaes-COLI, Jorge. O que é arte. São Paulo: Brasiliense, 1982.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. São Paulo:Companhia das Letras, 1993.

BARBOSA, Ana Mae. Arte educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1986.

BARBOSA, Ana Mae. (Org). Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2003.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais.Brasília. MEC, SEF, 1998. 10 v. Conteúdo: v. 6 – Arte.

LANIER, Vincent. Devolvendo Arte à Arte-Educação. In: BARBOSA, Ana Mae. (Org). Arte-Educação:leitura no subsolo. São Paulo, Cortez, 2002.

http://www.artenaescola.org.br/forum/topico.php?n=232&f=http://

www.anpap.org.br/

Qualquer dúvida, mande um e-mail: crisemarcinho@yahoo.com.br ou thaistlacerda@hotmail.com

terça-feira, 19 de maio de 2009

Reunião de Representantes EI

Oi, gente!

A reunião de representantes nos dois turnos foi muito boa! Fizemos a discussão do modelo de ed infantil implementado pela PBH e respondemos algumas das perguntas que já postamos aqui no blog.

Encaminhamentos:

Vamos montar um grupo de estudos sobre arte-educação infantil. Ele acontecerá quinzenalmente, com duração de 3 meses. Logo daremos mais informações.

Vamos realizar, também, um seminário sobre o papel do professor/a da educação infantil. Data a definir. A proposta é discutirmos os papéis professores (as) / coordenadores (as) / vice-diretores (as).

Este é um ano em que o cenário nacional está favorável ao reenquadramento no plano de carreira dos professores. Dia 22 tem reunião de negociação e faremos na porta da SMED uma manifestação. A pauta da reunião é PLANO DE CARREIRA E INCLUSÃO. Cada escola deverá enviar pelo menos 3 representantes. Quanto mais gente melhor.

MANIFESTAÇÃO SMED
22/05/2009
16 H NA PORTARIA


Estamos terminando de confeccionar uma cartilha com as perguntas da ed infantil. Algumas postadas neste blog já estão desatualizadas (conquistamos algumas coisas). A tentativa é lançar até o dia 03 de junho.

Estamos discutindo com a prefeitura a questão da jornada complementar e tentaremos incluir na discussão o número de alunos/ professores por turma.

Por enquanto é isto.
Abraços,
Thaís.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Calendário de Atividades Aprovado na Assembleia

A Assembleia do dia 14 de maio definiu um calendário com o objetivo de construirmos uma greve forte, caso não haja indicação de negociação efetiva com o funcionalismo público. A participação em todas as atividades é muito importante para garantirmos as conquistas esperadas há muito tempo.

Estamos sendo enroladas na educação infantil com a questão da pós-graduação, da extensão de jornada e da avaliação de desempenho há quase 5 anos. A unificação da carreira não tem nem indício de ser discutida este ano e as falas abstratas sobre reajuste salarial nos deixam a ver navios. A cada dia as regionais pressionam ainda mais as escolas para colocar crianças "a mais" nas salas extrapolando em muito o recomendado pelo CNE, CME e até mesmo às orientações da SMED. Descobrimos há pouco que tem regionais que em reuniões a portas fechadas "solicitam" à professora que aceite só mais uma criança na sala. Em pelo menos uma escola a professora "aceitou", ficando com 23 crianças de 3 anos, pois as duas a mais de matrícula compulsória (medida de proteção ou criança com deficiencia) já tinha sido preenchida.

Vamos participar! Vamos lutar! Temos que garantir conquistas este ano ainda!

Vejam o calendário:

16 de maio
10h - Assembleia dos Auxiliares Contratados pela Caixa Escolar
15h - Participação na festa da Ocupação Dandara com panfletagem

18, 19 e 20 de maio
Panfletagem nas comunidades escolares e discussão nas escolas e UMEIS

19 de maio
8h e 14h - Reuniões da Educação Infantil no Sindicato

20 de maio
14h - Reunião dos Auxiliares de Biblioteca

22 de maio
Manifestação na SMED - horário a definir

28 de maio
Plenária / Reunião de Representantes

29 de maio
Discussão nas Escolas e UMEIS

02 de junho
Reunião de Professores/as de disciplinas especializadas

03 e 04 de junho - DOIS DIAS DE GREVE

03 de junho
8h - Assembleia Geral da Rede e Ato Unificado com os demais Servidores

04 de junho
Manifestação na SMED

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Pós-graduação

Oi, colega!

Os cursos de pós-graduação ainda estão com uma grande interrogação. Infelizmente a gente não conseguiu fazer uma greve forte hj para q eles parem de nos enrolar e dêem respostas imediatas. Tem quase cinco anos q eles estão para dar resposta e a gente ainda não obteve nenhuma decisão concreta sobre o assunto.

Esperamos que o calendário aprovado hj na Assembleia resulte em negociação efetiva deste e outros pontos.

A situação dos cursos feitos na FIJ e na Ferlagos é um pouco mais complicada do que a das outras instituições. Por causa dos processos abertos pela prefeitura, não há posicionamento formal sobre o q vai acontecer. De qq maneira vc tem q protocolar seu diploma o mais rápido possível, pois se conseguirmos comprovar a validade do mesmo, vc progride na carreira a partir da data do protocolo. Portanto não perca tempo. Se por acaso a regional não quiser aceitar, diga q vc quer abrir um processo administrativo e quer a resposta do mesmo por escrito.

Um abraço e qualquer coisa entre em contato com a gente. O tel do sindicato é 3226-3142. Meu e-mail é thaistlacerda@hotmail.com
Abraços,
Thaís.

Pós

Por favor preciso saber, pois eu fiz um pós em Ferlagos e estou sem saber se eu protocolo ou não o que devo fazer? obrigada pelo o esclarecimento este blog e muito importante para nós educadores. abraços.

terça-feira, 12 de maio de 2009

INFÂNCIA, DIREITOS E CIDADANIA

Léa Tiriba[1]

Jornal do Brasil 11/05/2009

A Constituição Brasileira assegura a todas as crianças de 0 até 6 anos o direito de freqüentar uma instituição educacional e aí aprender a amar a vida e tornar-se uma pessoa íntegra, afetiva, inteligente e solidária. É responsabilidade das prefeituras oferecer vagas a todas as crianças cujas famílias desejem ou necessitem. A lei diz que creches e pré-escolas são parte do Sistema de Ensino, estão sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação, que não é responsável apenas pelo atendimento na rede pública, deve assegurar a qualidade do serviço oferecido por todas as instituições de educação infantil da cidade.

Creches e pré-escolas não são depósitos ou abrigos de crianças pobres, nem têm como função preparar para o primeiro grau; também não são hoteizinhos onde as famílias podem deixar seus filhos enquanto fazem compras, ou saem para um final de semana. Reconhecendo a importância da educação já nos primeiros anos de vida, a LDB define a educação infantil como primeira etapa da Educação Básica. Assim, creches e pré-escolas são espaços de fantasiar, brincar, ter acesso a livros, onde as crianças precisam ser acolhidas como sujeitos de direitos, de conhecimento, de sensibilidade.

Estamos longe desta realidade no Rio de Janeiro! Desde os anos 80, o que caracteriza a política de educação infantil é a transferência de responsabilidades. Repassando recursos irrisórios (R$ 130,00/mês/criança), a Prefeitura vem produzindo uma realidade em que muitas crianças são atendidas por poucos profissionais, que ganham pouco e enfrentam sobrecarga de trabalho; que conseguem apenas prover, em ritmo automatizado, cuidados básicos de alimentação e higiene. Em espaços muitas vezes improvisados, são poucos ou inexistem os brinquedos, não há pátios ou são inadequados, configurando situações de aprisionamento, em que as crianças sequer têm direito ao banho de sol.

No início de maio, a Câmara Municipal aprovou o PROJETO DE LEI Nº 2A/2009, que permite a parceria entre Prefeitura e Organizações Sociais para atuação em creches. É preciso que a sociedade esteja atenta para impedir que esta nova estratégia se configure como mais um programa de baixo custo, que amplia o atendimento sem assegurar qualidade, isenta o Estado e penaliza a população mais pobre!

Ao invés de seguir transferindo responsabilidades, a Prefeitura deveria assegurar proteção integral, através de política intersetorial que articule as áreas de educação, cultura, saúde, meio ambiente, assistência, abastecimento e direitos humanos. E, além disto:

- Ampliar e qualificar a oferta de vagas na rede municipal, assegurando atendimento às crianças de 0 a 5 anos nas regiões de menor IDH.

- Aumentar o valor dos recursos e rever critérios de conveniamento com instituições sem fins lucrativos, com referência na qualidade dos serviços e sua inserção em movimentos comunitários.

-Ampliar para horário integral o atendimento de crianças de 4 e 5 anos matriculadas na pré-escola e incluir crianças de 3 anos.

- Investir em formação de profissionais das redes pública e conveniada, criando estrutura de assessoria que assegure o fortalecimento da equipe de cada unidade.

- Aumentar salários, ampliar e qualificar o tempo de reuniões e criar Centros de Formação de professores nas regiões da cidade, visando formação geral, cultural e artística.

- Organizar um sistema de apoio (psicologia, fonoaudiologia, etc) aos professores e crianças, através de convênios com universidades e instituições notoriamente capacitadas.

- Assegurar apoio aos profissionais nos campos da educação inclusiva e violência doméstica, para que se sintam seguros no atendimento de crianças com necessidades especiais.

- Incentivar a participação de professores, famílias e comunidades na formulação, implementação e fiscalização das políticas para a infância.

A Constituição já fez 21 anos! E a LDB, 13! Por quanto tempo ainda a cidade maravilhosa desrespeitará os direitos de seus cidadãos menores?



[1] Professora da PUC-Rio e do Instituto PróSaber. Membro do Fórum de Educação Infantil-RJ.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Reunião de Negociação 04 de maio de 2009

No dia 04 de maio foi realizada mais uma reunião de negociação com a PBH. As propostas do governo foram apresentadas pelo Secretário de Planejamento, Sr. Helvécio. Segundo ele, a PBH está elaborando um projeto mais amplo que inclui a assistência à saúde do funcionalismo, a reestruturação da BEPREM, a questão do Fundo Previdenciário, um projeto de formação permanente, a constituição de um código de ética para evitar o assédio moral, uma nova proposta de avaliação de desempenho. Para isso, já foram contratadas assessorias para realizarem
pesquisas sobre o clima institucional, o censo de saúde do/a servidor/a, a atualização do cálculo atuarial do Fundo Previdenciário. Caso seja necessário, serão realizadas adequações legais.

Em relação a alguns pontos urgentes da categoria, as respostas foram:

a) Reajuste Salarial: foi afirmado que neste momento não há nenhuma proposta, e quando ela existir, não será linear, ou seja, não será um índice igual para todos. Além disso, o governo discutirá com cada setor a remuneração variável. A partir de 2010 ela já será aplicada na área
da saúde, através do Programa Bom de Serviço.

b) Vale-refeição: haverá um aumento do valor, que está em fase de estudo. Ainda não tem data para ser definido nem o percentual que será aplicado.

c) Educação Infantil: vai regularizar o pagamento da jornada complementar realizada em 2008, na folha de pagamento de maio, que fica pronta em junho; vai regularizar, em maio, a questão do vale-refeição para dois cargos; será analisada, sem data definida, o pagamento da jornada complementar nos moldes da “dobra”; neste momento, não têm discussão de unificação da carreira, pois a consideram distinta do cargo de professor, além de considerarem que a expansão do atendimento ficará prejudicada se houver a unificação das carreiras.

d) Cursos de Pós-graduação: os processos referentes a FIJ/FERLAGOS serão analisados e concluídos pela Secretaria de Administração e Recursos Humanos, e caso seja necessário, será feito um relatório para o Ministério Público, além disso, o governo aguarda consulta realizada junto ao MEC; até maio o governo apresentará uma proposta de regra de transição para os cursos que foram iniciados e/ou concluídos na vigência da lei anterior e que não atendem a nova lei; o governo estuda a regulamentação dos cursos na modalidade Educação à Distância ainda em maio. Quem ainda não fez, faça o protocolo imediato do seu curso.

e) Avaliação de Desempenho: será realizada a terceira etapa da avaliação antes do final de junho.

f) Outros: o governo está discutindo uma proposta para a fixação do pessoal de nível médio da área administrativa da educação, o que inclui uma alteração no piso salarial que pode ser de até 60%, ainda em fase de estudos; o governo se comprometeu em agendar com a SEPLAG esta semana uma reunião para resolver a averbação de tempo do IPSEMG.

Os pontos específicos da educação serão tratados em reunião a ser realizada entre o Sind-REDE/BH e a SMED, antes da assembleia do dia 14 de maio.

domingo, 3 de maio de 2009

A função do recreio na educação infantil: lembranças de um recreacionista I

Qual a função do recreio na educação infantil?
Pensar sobre esse tópico envolve também discutir as oposições clássicas que o processo de modernizaçã das sociedades produziu: trabalho X lazer. E a escola não cessa de reproduzir essa divisão. Um binarismo que foi produzido pelo mundo do trabalho, diga-se de passagem.
O primeiro registro em minha carteira de trabalho me definia assim: recreacionista (1). Era uma escola infantil, o Balão Vermelho, e eu deveria me dedicar ao momento em que as crianças brincam livremente no pátio. De um modo diferente dos professores, que ensinam uma matéria, o recreacionista é um profissional que cuida do recreio. Mas o que significa isso, o recreio, num projeto de educação infantil?
O que as educadoras (2) que estavam à frente do projeto pensavam era, justamente, superar a divisão clássica entre trabalho e lazer. O brincar era visto como uma forma de trabalho da criança e, como tal, deveria ser encarado. A proposta não era a de ensinar alguma coisa a alguém. Haveria que ocupar os espaços do recreio e, potanto, fazer dele não a oposição ao trabalho, mas um outro tipo qualificado de trabalho.
Estava começando a fazer teatro. Não havia nenhuma teoria. Nenhum conhecimento prévio. Bastava que acompanhasse as crianças, que estivesse ali com elas, de modo não dirigido.
Um quintal com areia, terra, um pé de goiaba e um pé de jabuticaba. Uma grande mesa. Meninos e meninas de 04 a 06 anos.
As crianças se envolviam com terra, areia, objetos diversos, contato corporal. A minha função, como recreacionista, não era a de criar uma ordem, na modalidade de jogos estruturados, em termos de uma atividade dirigida. O desafio era o contrário disso: envolver-me com as atividades livres das crianças, sem conduzí-las, descobrindo seu dinamismo próprio. E o filósofo Gilles Deleuze (3) fala de um plano de dinamismos, de velocidades e espacializações, de circulação do desejo, que é sempre um plano virtual, que não se opõe ao real, mas sim ao atual.
E como isso pode ser feito em tornar-se criança? E pode um educador torna-se criança?
Numa primeira instãncia, eu entrava em contato com a minha infância. Numa segunda instância, eu era introduzido, pelo desafio e coragem das educadoras e pelo convívio com o brincar, num processo novo de pensar e agir: a atividade que não se volta para um fim extrínseco a ela mas consitui, em si mesma, o seu próprio fim. Fui, posteriormente estudar isso em Kant e Fichte. Uma diferença que o brincar proporciona: astúcia da vida frente à violência do ato de tornar-se adulto.
Um educador, quando encontra-se com a cultura lúdica da infância, entra em contato com o que o filósofo Gilles Deleuze chama de bloco de infância: um fluxo de sensações que não se enquadram em nenhuma visão linear e cronológica do tempo (4).
Descubro, hoje, que naquelei ntenso movimento, de aparente desordem, havia ordem. Não falo de uma ordem estável, mas sim das ressonâncias do brincar exploratório e sensível como os sistemas auto-organizados - tema ao qual tenho devotado uma atenção maior. Enfim, um caos de criação contínua, que os adultos têm dificultade de entender. Não porque não possuem acesso a um possível mundo mágico. Muito mais porque não foram treinados a ver.
O que os educadores têm aprendido sobre o brincar? Como o têm exercitado? Alguém me dirá que a escola não foi feita para o brincar, mas para a aprendizagem. E nisso recomeçam os problemas: uma aprendizagem que exclui o brincar justamente porque, entre outras coisas, está comprometida com os nexos sociais a que a escola deve corresponder. No máximo permitido, o brincar é aceito desde que cumpra um tarefa que lhe seja extrínseca: ensinar algo. Não que vá discordar de que o ensino possa ser mais lúdico, mas sim de não se permitir que a ludicidade mostre a que veio e que funções cumpre para um mundo mais belo.
Isto é arte? A pergunta perdeu o sentido. A arte não.
Não vou passar por essas explicações, como se fosse preciso, para se iluminar, empurrar num envelope achatado um mundo de fabulações pela porta estreita dos racionalismos.
Mas é necessário definir, sob a pena de passar por irracionalista: trata-se de um reencantamento do concreto.
E quais são as implicações desse plano de lembranças?
1. O brincar não é uma descarga de energia, mas uma cartografia.
2. É um modo de conhecer o mundo e a si mesmo. Mas de tal modo que um e outro são continuamente reiventados.
3. O brincar é um modo de habitar o mundo.
4. No recreio, os educadores especializados deveriam: a) estudar aplicadamente o que as crianças estão ensinando; b) analisar os ritos infantis; c) pesquisar o modo como as crianças adquirem conhecimento e inventam o mundo; d) entender os relacionamentos coletivos e individuais, as formações de grupos, as zonas de vizinhança, as multiplicidades; e) estabelecer conexões com os sistemas auto-organizativos e meta-estáveis. Complete a lista…
Enfim, é no momento do recreio, de uma atividade livre e não dirigida, que podemos entender a sofisticação que é o brincar.
Mas, enfim, qual o sentido de um recreio num programa de educação infantil? Ali, naquele momento inicial, quando me deixei levar pelo brincar da criança em vez de conduzí-lo (como viria a me forçar, mais tarde, em diversos momentos), encontra-se a resposta. Há nisso, entretanto, todas as possibilidades de misturas e gradientes, passando de um brincar mais livre para um mais dirigido e vice-versa. Não há regras, apenas espaços para a experimentação e a criação.

Enfim, é no momento do recreio, de uma atividade livre e não dirigida, que podemos entender a sofisticação que é o brincar.
Mas, enfim, qual o sentido de um recreio num programa de educação infantil? Ali, naquele momento inicial, quando me deixei levar pelo brincar da criança em vez de conduzí-lo (como viria a me forçar, mais tarde, em diversos momentos), encontra-se a resposta. Há nisso, entretanto, todas as possibilidades de misturas e gradientes, passando de um brincar mais livre para um mais dirigido e vice-versa. Não há regras, apenas espaços para a experimentação e a criação.
Referências:
(1) Belo Horizonte, Escola Balão Vermelho, 1974.(2) Maria Helena Latalisa, Idêda Brito e Bete Lobato, pedagogas e criadoras da Escola Balão Vermelho.(3) DELEUZE, Gilles. O método de dramatização, in A ilha deserta e outros textos. Editora Iluminuras: São Paulo, 2006.(4) Virgínia Kastrup aborda as concepções cognitivistas e estruturalista da cognição, mostrando a diferença dessa concepção para a de Deleuze e Guattari que, a partir de Bergson, criam um conceito de infância como contemporaneidade e não mais como algo retido num tempo cronológico. Conferir: http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/188/18813306.pdf
cultura do brincar, linhas de errância, arte-educação

FONTE:http://culturadobrincar.redezero.org/a-funcao-do-recreio-na-educacao-infantil-lembrancas-de-um-recreacionista-i/comment-page-1/#comment-87