quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O REIZINHO MANDÃO

Daniel Augusto - E.M. Carlos Lacerda
Adaptação: Consolação e Thaís

Nós estamos aqui reunidos
para contar e fazer entender
que ainda existe hoje em dia
Rei que não sabe ceder.

Há algum tempo atrás existia um rei. Ele certamente não era um rei bom como vou contar.

Era uma vez um reino muito bonito e colorido chamado Horizonte Belo. De dois em dois anos, neste reino acontecia um momento mágico: as pessoas podiam escolher diretores que administravam todo o reino. Esta eleição ocorria quando os horizontinianosbelos colocavam na urna mágica seus sonhos. Todos viviam muito felizes, afinal lá havia tudo o que qualquer ser mágico, ou não, precisava para viver.

Mas num belo dia chegou um sujeitinho barrigudo, narigudo e arrogante que não enxergava direito, e por isto usava óculos. Seu nome era Pimentóquio. Para ele, o Rei não poderia deixar que as urnas mágicas contivessem sonhos, apenas um nome: o do próximo Rei. Ah... mas não é qualquer nome, é o nome que ele indicar. E ele indicava seu próximo nome.

A primeira ação do pretendente a Rei foi encantar documentos, colocando-o como primeiro na sucessão real. O bondoso e velho rei, já fraco de saúde, quando recebeu a notícia morreu de tristeza. E foi aí que o reinado do Pimentóquio começou.

No princípio ele parecia apenas ser um narizinho simpático, de sorriso encantador. Mas com o passar do tempo percebeu-se que ele não era nenhum pouquinho bom. Ele ordenou que as crianças fossem para as escolas inclusive doentes, mesmo quando não havia professores, e quase implantou o ano letivo ininterrupto. As fadas não tinham permissão para voar e nem para ajudar nas histórias. Foram cortadas suas asas! Ele também libertou as bruxas das cadeias e pouco a pouco foi criando ministérios e mais ministérios para dominar o povo.

Claro que isto só foi possível porque impediu que o resultado da urna mágica de sonhos fosse divulgado. Quando algum diretor agia mal, ah... punição na certa! Nem consigo contar as coisas que aconteciam...

Era o Ministério de Sacramento que escolhia quem se casaria com quem; era o Ministério de Literatura que escolhia quais os livros podiam ser publicados e quais deveriam ir para a fogueira. Era o Ministério da Educação que dizia quem era professor e quem só “olhava” os meninos. E era o Ministério das Eleições que dizia quem poderia candidatar-se à diretor. E como se não bastasse, ele criou torres escuras onde escravizava todos aqueles que se opunham a suas idéias. E proibiu que os camponeses vissem as flores. Para isto as bruxas fizeram poções que cegavam todos os camponeses...

Mas somente alguém poderia salvar o reino daquele absolutista. E quase todos os camponeses sabiam disso. Era alguém que não tivessse medo - apesar das represálias - de manifestar o que queria, o que pensava e o que achava certo e errado. Alguém que não tivesse medo de colocar nas urnas mágicas os seus sonhos. E este alguém era exatamente todo mundo! Com bandeiras e estandartes reais todos os camponeses, fadas, seres mágicos, ou não, foram para a porta do palácio com os dizeres:

QUREMOS ELEGER NOSSOS DIRETORES DO REINO!!!!
QUEREMOS LER HISTÓRIAS DE REIS BONDOSOS!!!!
QUEREMOS TRABALHAR E NÃO SER ESCRAVIZADOS E DISCRIMINADOS!!!!

E também algumas com dizeres de NÃO:

NÃO QUEREMOS NOBRES NOS GOVERNANDO!!!
NÃO QUEREMOS MINISTROS COMO OS SEUS!!!
NÃO QUEREMOS BRUXAS NAS RUAS !!! - elas realmente representavam perigo
NÃO QUEREMOS COMIDA COM POÇÕES!!!

Aglomerando-se ali, naquele monte de gente: chegaram fadas, que gritavam: QUEREMOS VOAR E FAZER A HISTÓRIA!!! Chegaram trolls, que gritavam: NÃO SOMOS FEIOS E MAUS!!! NÃO QUEREMOS ESSE TÍTULO.

E mais e mais e mais pessoas iam chegando. Empurravam as portas do palácio, jogavam pedras nas janelas e o rei, com medo se escondia. Mandava dizer que não estava. Mas a fúria daquelas pessoas - cansadas de tanto massacre - era tão grande que não poderia ser detida.

Assim eles entraram pelo palácio afora gritando, quebrando e fazendo medo naqueles que os amendrontavam durante tanto tempo. O rei se escondia cada vez mais, os ministros fugiam pelos becos escuros do rei. As flores sol que fora arrancadas daquele reino, reapareceram com mais força que nunca e o rei impotente se rendeu à multidão.

Fora decido que daquele dia em diante nenhum ser humano, ou não, poderia ser escravizado ou maltratado por outro. Foi decido também que reis e diretores seriam escolhidos pelo povo. E também ficou decretado que todos os horizontinianosbelos, não importa quem fosse, teriam o mesmo direito perante ao conselho.

O perdão foi concedido ao reizinho mandão, mas antes ele teria que aprender, sofrendo tudo o que causou aos camponeses.

Depois desse episódio o reizinho fugiu.

E Horizonte Belo conheceu o Feliz Para Sempre, que por tanto tempo esperaram.

FIM

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