sexta-feira, 12 de junho de 2009

A Carreira e o Piso

* Eden Arcanjo

A Resolução 02/09 publicada no Diário Oficial da União no dia 29 de maio deste, chega aos entes federados da União dizendo, esperamos que de vez, NÃO, ao olhar conservador sobre a educação que há séculos vitupera sobre o ensino público no Brasil mesmo com uma legislação proficiente que aponta para um futuro novo e uma escola diferente da que temos hoje.

Apesar de reiterar mudanças urgentes que já deveriam ter acontecido, de acordo com a LDB 9394/96, na organização da carreira dos profissionais nela envolvidos, ela também ministra de forma mais abrangente verbas, estruturação, e dignidade a tempo trancado a “sete chaves” nos cofres dos políticos algozes, odientos e ultraconservadores. Tudo nos leva a crer, pelo menos a primeira vista, que de fato as ações do governo estão voltadas para uma educação mais igualitária que de fato possa devolver a dignidade à classe docente.

Sabemos que em cada cidade será travada uma luta com os políticos mais conservadores que dificilmente a aceitarão sem tentar compensar perdas aos profissionais do ensino e a população. Tentarão trocar seis por meia dúzia, assim como ocorreu em vários estados, quando lançado o plano de carreira dos professores sem participação da classe mais interessada: os professores. Os argumentos serão os de sempre e já conhecidos, os mesmos que revelam a incapacidade governativa para o povo. Resta, no entanto saber se os principais interessados, professores e comunidade deixarão passar a oportunidade de se estruturar e cooperar para a reestruturação de um sistema educacional falido, desfalecido e desanimado. A verdade esta posta: chega de se esconder da sua luta.

As mudanças na carreira chegam em boa hora, quando nossa língua oficial sofre alterações importantes e os profissionais afins deverão em tempo hábil procurar formas de se atualizarem. Infelizmente o sistema de ensino pode entrar em colapso pedagógico após o vencimento da data teto estabelecido pelo governo para sua implementação sem a devida capacitação, na atual situação a situação de quase 82,5% dos professores é lastimosa, os mesmos que serão beneficiados pelo Piso Nacional da Educação Lei nº.11738/08, pois os mesmos não tem poder financeiro para retornar como aluno aos bancos escolares e se atualizarem, os poucos que têm não com certeza buscarão incentivo maior para faze-lo, pois os atuais governos assim que tomam o poder se “apatisam” pelo classe esquecendo promessas de campanhas e a realidade das escolas apresentadas no período eleitoral.

Com as novas diretivas a especulação pedagógica nos estados e municípios começam a perder terreno político, é o que acreditamos, principalmente nas cidades do interior e ganham e um corpo mais uniforme, não só a nível de formação do profissional mas também no que diz respeito a fazer cumprir a lei, esperamos que prefeitos e governadores que disserem não ao decreto, o que é bem provável, sejam cerceados pelo próprio poder público da União.

A égide de que: “ resolução não se discute mas se cumpre”, da nova esperança ao magistério que repousa na não extensão dos prazos, ou seja, que prazo final seja fato 31.12.2009, e que haja fiscalização. O que vamos ganhar ou perder só o futuro irá nos dizer, mas é chegado o momento de os políticos de “cabelos brancos” sejam desprovidos do poder de tirar da nação a principal arma contra crises de todos os âmbitos, a educação, que ao longo dos séculos só é usada, “leoninamente” para servir para propaganda falaciosa de ascensão eleitoral.

* Professor Educação Infantil (RMEBH)

* Professor Ensino Fundamental (SEEMG)

* Conselho Municipal de Educação (PBH)

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